Homem oferece ingresso dos Jogos Olímpicos para quem lhe arranjar emprego

Já pensou ver a partida final do futebol masculino nos Jogos Olímpicos Rio 2016 de graça? A sugestão parece até publicidade de alguma promoção relativa ao megaevento, mas, na verdade, é parte de um convite para uma troca feito por Regis Oliveira, de 39 anos. Na internet, ele pede uma coisa para conceder o ingresso já comprado para a competição: um emprego.

Fora do mercado de trabalho há três meses, ele já tentou achar uma vaga de maneiras mais tradicionais: enviando e-mail para empresas e entregando currículos. Mas como nada deu certo ainda, decidiu inovar e colocar pra jogo o bilhete do lugar reservado ao seu lado.

“Comprei (os ingressos) quando estava empregado como vigilante de escolta armado. O segundo não tinha destino certo, mas foram dois, pois ninguém vai a um jogo sozinho. Esperava encontrar uma companhia ainda”, lembra ele, explicando como veio a ideia de trocá-lo por um carimbo na carteira de trabalho: “A ideia veio na cabeça, naturalmente, quando estava no sofá e vendo TV. Decidi publicar”.

ingressos

O anúncio foi feito na tarde desta quinta-feira em um grupo do Facebook destinado à compras e vendas de ingressos para os Jogos. “Tem um emprego pra mim? Eu tenho um ingresso pra você. É isso msm, você não viu errado: é só tu me arrumar um emprego que, em gratidão, te levo pra assistir à final do futebol comigo. Chama (por) inbox que a gente conversa”, escreveu ele na rede social.A postagem recebeu alguns comentários tentando dissuadi-lo da ideia da troca e, ao invés disso, colocar o ingresso à venda. A maioria, no entanto, desejou boa sorte e muitos ofereceram ajuda. Regis Oliveira tem experiência ainda como motorista, com carteira de habilitação na categoria B.”Estão me sugerindo ser motorista do Uber, mas quero algo fixo. O pessoal está tentando me ajudar, mas não recebi nenhuma proposta ainda”, diz ele, que aceita até o agendamento de uma entrevista, se sentir sinceridade no proponente.Na publicação, Regis também foi alertado sobre o risco de dar o ingresso, mas não ver cumprida a contrapartida. Mas ele não se importa.”Pensei nisso, mas não é problema meu. Se a pessoa não cumprir, a vida se encarrega”, afirma ele.Apesar dos esforços, o emprego ainda não foi encontrado. Regis tem até amanhã, quando acontece o jogo, para firmar um acordo. Se não conseguir, o plano é recompensar alguém que tenha lhe oferecido ajuda, mesmo sem a intenção de ganhar o ingresso (“Foram muitos. Vou ter que escolher alguém”, diz ele) e se divertir no Maracanã. A partir de terça-feira, ele voltará a arregaçar as mangas para achar uma oportunidade no mercado.