Veja 10 dicas para não errar na hora de estudar para concursos

A situação do país está um tanto caótica e isso gera insegurança quanto ao que pode ser esperado nas diversas áreas. Em algumas situações, o mais sensato pode ser mesmo fazer uma pausa, até que o cenário esteja mais claro.

Mas, no caso dos concursos públicos, não vejo essa atitude como adequada. Se você está estudando ou pensando em iniciar o projeto, siga em frente, consciente de que o resultado não costuma ser imediato – assemelha-se mais ao início de um curso ou faculdade. Por isso mesmo, quanto mais cedo começar, mais rapidamente poderá chegar ao fim.

Entretanto, como todo projeto, o resultado e o tempo de conclusão dependem muito da nossa postura e de alguns cuidados. Por exemplo, é possível formar-se no tempo mínimo e com bom CR (coeficiente de rendimento), ou arrastar-se por anos, repetindo matérias ou obtendo apenas a média exigida para aprovação.

Tratando de concursos públicos, também há aspectos que podem fazer com que a sua trajetória seja linear e o mais breve possível ou, ao contrário, que você caminhe de forma sinuosa e irregular. Nesse sentido, o método de estudo é ponto básico para a qualidade do seu projeto.

Não há fórmula ideal – a melhor é aquela que funciona para você. Mas eu observo um fato curioso: a maioria das pessoas que são aprovadas terminou usando estratégias muito parecidas, mesmo que com variações superficiais. Veja a seguir:

1) Organização
Saber o que estudar e em que horário faz toda a diferença e tira o projeto de um modo aleatório. Além disso, reduz a ansiedade de ficar o tempo todo se cobrando e com a sensação de não estar produzindo bem.

Para isso, prepare um plano mensal de estudo, e já distribua as matérias que serão estudadas a cada dia/período. Veja detalhes de como fazer aqui e aqui.

2) Materiais de apoio
Adquira apenas o que for necessário – e possível. Isso não é gasto, mas investimento, porque reduz o tempo buscando as informações em fontes variadas, que podem até não ser confiáveis.

Escolha um curso (presencial, on-line ou em arquivo pdf) e, se for o caso de comprar livros, dê preferência aos de editoras especializadas em concurso, porque têm linguagem mais acessível e abordagem específica voltada para as provas.

3) Estude
Assistir às aulas é somente o passo inicial; o estudo fora de sala é que vai permitir que você sedimente os conteúdos, descubra e elimine as dúvidas, e aprofunde a matéria.

Bibliotecas de universidade são excelentes locais para estudar, porque oferecem silêncio, boa iluminação e temperatura, e um ambiente que favorece a concentração. De modo geral, são abertas também a não alunos.

4) Técnica de estudo – teoria
As matérias devem ser estudadas em paralelo, uma por dia ou algumas por dia, conforme o tempo de que você dispõe para estudar. Isso já estará no seu quadro de horários.

Leia o assunto no material de apoio e sublinhe o que considerar mais importante. Fazer isso a lápis pode ser interessante, porque, conforme o estudo é aprofundado, você pode achar que sublinhou demais, ou de menos, ou que marcou o que não deveria; assim será possível fazer os ajustes.

5) Técnica de estudo – exercícios
Logo após a leitura de cada ponto, faça exercícios didáticos (sobre aquele assunto) e com consulta ao material de apoio. Não se preocupe por não ter aprendido ainda – isso é um processo e requer tempo.

Outra vantagem de resolver exercícios junto com o estudo da teoria é que o estudo fica mais dinâmico e isso ajuda a manter a concentração.

6) Técnica de estudo – material para revisões
Você vai descobrir que, além de serem muitas matérias, o conteúdo de cada uma é bastante extenso. Por isso, é preciso “enxugar” as fontes e revisar constantemente para não esquecer o que já foi estudado.

Depois de ler a teoria e fazer exercícios, comece a preparar um material para revisões. Fichas-resumo são excelente recurso, mas só podem ser feitas se você compreendeu a matéria. Por esse motivo, tem gente que prefere deixar para quando concluir o estudo da teoria da disciplina. Volte ao início, relendo, revendo as marcações e já organizando em fichas.

Outra forma é fazer isso de forma gradativa, após a conclusão de cada assunto.

7) Técnica de estudo – revisões
Periodicamente, interrompa o estudo e revise o que já foi visto. As fichas-resumo devem substituir o material de apoio, que será utilizado apenas em caso de dúvida.

Quando chegar ao fim da matéria, uma vez por mês revise todo o conteúdo. Esse é o momento de melhorar as fichas-resumo.

8) Provas anteriores
Depois que concluir o estudo de uma disciplina, e após a revisão, comece a resolver provas de concursos anteriores.

Esta etapa mostra a realidade do que será encontrado no dia da prova. Quando você tenta resolver questões de concursos passados, vai perceber como está o seu conhecimento de fato, o que precisa ser sedimentado melhor, o que precisa ser ampliado e, talvez até, pontos que não tenham sido estudados.

Depois de resolvida a prova e conferido o gabarito, volte às fichas para tirar as dúvidas e, se necessário, volte à teoria no material original de apoio para estudar aquele ponto e complementar as fichas.

9) Resumo
Temos, então, as seguintes etapas do estudo:
Fase 1 – TEORIA + SUBLINHAR + EXERCÍCIOS com consulta
Fase 2 – TEORIA + EXERCÍCIOS com consulta + preparar FICHAS-RESUMO
Fase 3 – revisar FICHAS-RESUMO + resolver PROVAS ANTERIORES + voltar às FICHAS

A propósito, o item acima está organizado de forma visual, como deve ser a ficha-resumo.

10) Avaliação
A cada matéria concluída, faça uma avaliação objetiva de como se sente diante daquele conteúdo.

Compreendeu bem os assuntos e entende as questões propostas? Pode seguir para a fase 3 e ficar nela até a aprovação. A repetição vai garantir a fixação do conteúdo, de forma natural e gradativa.

Há alguns tópicos não compreendidos? Melhor dedicar-se um pouco a esses pontos, antes de mudar de fase.

Sente-se perdido/a no conjunto da matéria? Sugiro repetir a fase 1 por outro material de apoio ou outro curso, somente para essa disciplina.

Assim, você poderá ter matérias na fase 1, outras na 2 e outras na 3, porque a evolução de cada uma é independente.