Sebrae: 45% dos microempreendedores individuais tinham emprego com carteira

O Brasil tem 5,5 milhões de pessoas registradas como microempreendedores individuais (MEI). Desse total, 45% trabalhavam antes com carteira assinada e decidiram apostar no negócio próprio, aponta pesquisa de 2015 do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Em 2013, esse índice era de 41%.

De acordo com a pesquisa, outros 22% eram empreendedores informais antes de virarem MEI; 16% eram empregados, mas sem carteira assinada; 8% eram donas de casa; 3%, servidores públicos; 3% estudantes; 2% já eram empreendedores formais; e 1% estavam desempregados.

O microempreendedor individual trabalha por conta própria e fatura até R$ 60 mil por ano. Ao aderir ao sistema ele é enquadrado no Simples Nacional e é isento do pagamento de tributos federais como IR (Impostos de Renda), IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) e as contribuições Cofins (para o Financiamento da Seguridade Social), PIS (para o Programa de Integração Social) e CSLL (Social sobre o Lucro Líquido).

Ele paga o valor fixo mensal de R$ 40,40 (comércio ou indústria), R$ 44,40 (prestação de serviços) ou R$ 45,40 (comércio e serviços). Com essas contribuições, o microempreendedor individual tem acesso a benefícios como auxílio maternidade, auxílio doença, aposentadoria, entre outros.

A estimativa do Sebrae é que o número de microempreendedores individuais suba para 8,5 milhões até 2022.

Metade trabalha em casa

Mais da metade (53%) desses empreendedores individuais trabalha em sua própria casa e 12% são ambulantes e trabalham na rua. Outros locais de trabalho mais frequentes são estabelecimentos comerciais (28%) e casa ou empresa do cliente (7%).

A maior parte dos empreendedores individuais atua no setor de comércio (38%) e serviços (37%); 15% trabalham na indústria e 10%, na construção civil.

Praticamente um a cada quatro MEIs atua no Estado de São Paulo: são 1,376 milhão.

De acordo com o Sebrae, 77% vive exclusivamente da renda como empreendedor, mesmo percentual daqueles que responderam ter a intenção de que seu negócio prospere, tornando-se uma microempresa.

Do total de inscritos no sistema, 63% apontam a formalização e a possibilidade de emitir nota fiscal como maior motivação para aderir ao programa.

“O perfil do MEI é bastante heterogêneo, mas tem se tornado mais qualificado. E é interessante notar como a maior parte deles tem uma visão empresarial e deseja crescer”, diz Dênis Pedro Nunes, um dos coordenadores da pesquisa.

Segundo a pesquisa, o microempreendedor tem escolaridade acima da média da população em geral – 62% têm ao menos o ensino médio ou técnico completo, contra 43% dos brasileiros em idade ativa. Do total de MEIs, 60% têm renda per capita familiar entre R$ 358 e R$ 1.252.