Desemprego sobe, mas diminui pessimismo do mercado de trabalho, diz FGV

Apesar de o desemprego permanecer alto e subindo, a perspectiva para o emprego não é tão pessimista, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (9) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

O ICD (Indicador Coincidente de Desemprego) subiu 1,4% em novembro, alcançando 99 pontos. O resultado sucede duas altas e sinaliza continuidade na tendência de aumento do desemprego observada nos últimos meses. No ano, o ICD acumula 34,5% de alta.

Já o IAEmp (Indicador Antecedente de Emprego) avançou em novembro, ao variar 4,8%, atingindo 68,2 pontos. Com o resultado, o indicador de médias móveis trimestrais apresentou crescimento, mas ainda representa uma acomodação em relação às fortes altas observadas nos meses anteriores. No acumulado anual, o indicador apresenta perda de 10,3%.

“O crescimento do ICD mostra que a taxa de desemprego deve continuar em trajetória crescente neste final de ano”, afirma Itaiguara Bezerra, economista da FGV/IBRE. Ainda segundo o economista, “a melhora do IAEmp deve ser analisada com cautela, por ter sido influenciada em novembro pela diminuição do pessimismo com o mercado de trabalho por parte do consumidor e não como uma intenção de aumento do contingente de mão de obra por parte dos setores produtivos. O movimento representa uma atenuação da tendência de queda do total de pessoal ocupado na economia brasileira no curtíssimo prazo, mas é ainda suficiente para sinalizar uma nova tendência”.

Destaques

No caso do ICD, as classes que mais contribuíram para a variação do índice foram aquelas com renda entre R$ 4.800 e R$ 9.600 entre R$ 2.100 e R$ 4.800.

Os indicadores que mais contribuíram para a alta do IAEmp no mês foram os que mensuram a situação atual dos negócios para os próximos seis meses, na sondagem da indústria, e a perspectiva dos consumidores de encontrar emprego futuro na própria região, na sondagem do consumidor.